Halloween: compreendendo a origem e a popularização
Halloween
Publicado em 31/10/2023

O dia 31 de outubro tem se popularizado pela festa do Halloween, na qual adultos e crianças se fantasiam de bruxos, monstros e fantasmas. A cada ano, mais casas, empresas e até escolas têm incentivado essa festa, com a promoção de eventos e com as decorações. A data, que no Brasil foi traduzida como “Dia das Bruxas”, não é inofensiva, como as fantasias de demônios deixam claro. Por isso é importante compreender a origem dessa festa, os perigos que a envolvem e, então, como lidar com a já consolidada popularização.

A data, 31 de outubro, foi escolhida por ser anterior a Solenidade de Todos os Santos, celebrada pela Igreja no dia 1 de novembro. O próprio nome “Halloween”, é resultado de uma adaptação da pronúncia da expressão “All Hallow’s Eve”, que significa “Véspera de Todos os Santos” ou “Vigília de Todos os Santos”. Trata-se de um período em que se relembra os Santos para, após, celebrar também os finados, no dia 2 de novembro. Isso quer dizer que o Halloween, em suas “raízes”, tem tradição cultural de origem cristã.

É a popularização da festa que requer cuidado e atenção. Ainda que haja uma raiz católica na origem do Halloween, muito se perdeu com o tempo, em uma tradição que se espalhou juntamente com a cultura pagã dos celtas e instituiu, nos países nortes americanos, algumas tradições contrastantes com o cristianismo, até chegar ao Brasil com a tradução de “Dia das Bruxas” e fazer com que o significado original fosse pouquíssimo conhecido.

Um alerta do Pontífice

Papa Francisco falou, em uma meditação, sobre como se derrota a estratégia do diabo. O Pontífice nos alerta para que “levemos a sério os perigos que derivam da sua presença no mundo” e que “nós não temos o direito de simplificar a questão” sobre a presença do demônio. Tomando esses conselhos em relação ao Halloween, é preciso levar a sério o fato de que pessoas e lugares são tomados por símbolos ligados ao inferno, ao diabo ou à bruxaria. Claro que se poderia dizer que as pessoas não têm, de fato, intenção de cultuar o diabo, mas é nesse ponto que o segundo alerta do Papa Francisco se fortalece: não vamos simplificar o fato de uma criança estar fantasiada de “diabinho”.

De todo modo, não devemos nos escandalizar. Há, no Halloween, tanto uma origem católica quanto um desvirtuamento pagão. Então, é preciso vigiar . Aqueles que já não são mais crianças podem evitar as festas e exercer a consciência de que nela há um potencial de pecados graves, como a idolatria e a perversão. Já em relação às crianças, é preciso ponderar um pouco mais e ter atenção a dois pontos. Primeiro, se espera que uma festa de Halloween voltada ao público infantil não tenha tanta ênfase em demônios e maldições, que as decorações sejam mais sutis e as atividades mais lúdicas. Segundo, é preciso tratar com carinho o fato de excluir a participação de uma criança em um evento que todos (ou a maioria) de seus amiguinhos irá participar. O famoso “você não é todo mundo” é uma escolha muito insensível, afinal, tudo me é permitido, mas nem tudo é proveitoso.

Uma boa escolha da fantasia

Então, para as crianças, se (e somente se) a reflexão dos pais levar à conclusão de que o ambiente é o mais adequado possível e que afastar a criança dos amigos não é o melhor caminho, o conselho é uma boa escolha da fantasia. Padre Paulo Ricardo, há muito, sugere que as crianças usem fantasias de anjos ou dos santos da Igreja.

Desse modo, cria-se uma boa oportunidade de conversar sobre a festividade do dia seguinte, resgatando o “All Hallow’s Eve”, a Vigília de Todos os Santos. Uma última dica para os pais, professores, agentes de pastorais e catequistas, é pesquisar sobre o “Holywins” (o Sagrado Vence), do qual o termo também se aproveita da pronúncia em inglês e que tem sido festejado em substituição ao Halloween.

Que possamos ter maturidade na fé e perseverança no aprofundamento da doutrina da Igreja, para que não sejamos enganados ou iludidos por uma falsa ingenuidade. Que tenhamos discernimento com nossas crianças , para protegê-las do mal sem escândalos e fanatismos, mas sempre com amor, caridade e profundidade na fé. Que assim seja!

Créditos: RichLegg / GettyImagens / cancaonova.com

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