Na última segunda de setembro, Igreja celebra São Jerônimo, o tradutor da Bíblia
CNBB
Publicado em 27/09/2019

O mês da Bíblia, celebrado em setembro, foi estabelecido justamente por causa de São Jerônimo que, com seus estudos, traduções, interpretações, comentários e escritos facilitou o acesso a esse grande manancial de sabedoria transmitida pelos livros sagrados.

A Bíblia, segundo o Magistério da Igreja, contem a revelação daquilo que Deus quis manifestar e comunicar a toda a humanidade, fazendo com que todos possam participar dos bens divinos. Com efeito, a Bíblia significa coleção de livros, e embora as pessoas se refiram a ela como um livro único, na verdade, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, explica que é uma coletânea de livros do Antigo Testamento e do Novo Testamento, em geral escritos em hebraico para o Antigo Testamento e grego para o Novo Testamento.

“O hebraico era um idioma falado pelas famílias semíticas e tudo o que contém nas Sagradas Escrituras nessa língua deve-se aos chamados escribas, fruto do laborioso e lento ofício a favor do povo escolhido. Já o grego era a língua dominante na época em houve a divulgação da doutrina e vida de Jesus Cristo; por esse fato, o Novo Testamento foi escrito em grego”, explica o bispo.

Em decorrência dessas línguas, contudo, o cardeal explica que a Bíblia era inacessível aos Romanos, que falavam o latim. Então, segundo ele, Jerônimo, educado em Roma, conhecedor do latim e grego, após uma longa doença, sentiu o chamamento de Deus para a vida religiosa e se tornou padre da Igreja Católica.

Por volta do ano 374, Jerônimo foi para a Palestina, onde estudou hebraico e a interpretação da Bíblia. Inspirado por Deus, traduziu todos os livros da Bíblia para o latim, cujo resultado denominou-se “Vulgata”, pois o latim era a língua falada na época universalmente. “O trabalho executado por São Jerônimo foi imenso, pois copilou, com fidelidade e dedicação, uma infinidade de documentos no decorrer das suas longas viagens pelo Oriente, do que resultou a edição adotada oficialmente pela Igreja Católica”, afirma dom Orani.

A “Vulgata” foi grandemente divulgada, inicialmente através de manuscritos feitos pelos monges nos mosteiros e, com o advento da imprensa por Gutemberg, no século XV, teve ampla divulgação. Hoje, é o livro mais vendido do mundo. Estima-se que foram vendidos 12 milhões de exemplares na versão integral, 13 milhões de Novos Testamentos e ainda 450 milhões de brochuras com extratos dos textos originais.

Dom Orani explica que a Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo. A Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos apóstolos, para que, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação.

“A Igreja sempre teve nos Livros Sagrados uma das fontes de inspiração e vida. Uma coisa, porém, é certa: após a invenção da imprensa, e agora com a versão da Bíblia nas línguas faladas em todo mundo, ela é, na verdade, o livro mais divulgado e, hoje, fonte de inspiração para toda a humanidade”, enfatiza dom Orani.

O cardeal diz ainda que a todo o manancial que se constitui as Escrituras Sagradas, portanto, devemos ao trabalho dedicado e persistente do grande exegeta, escritor e santo, São Jerônimo, o qual a Igreja o festeja no dia 30 de Setembro, mês da Bíblia.

Via CNBB

 

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