O Festival Carta da Terra foi um movimento internacional para celebrar o aniversário de 20 anos desse importante documento e sua aplicação por instituições e cidadãos no mundo todo. Reuniu grandes nomes da arte, espiritualidade e do ativismo socioambiental.
Em clima de celebração, a iniciativa uniu forças e propôs uma profunda reflexão sobre mudanças necessárias para o mundo, baseada nos pilares da Carta da Terra. O propósito do festival foi reforçado também pela necessidade da união e da força do bem em tempos de pandemia.
Durante a transmissão online do evento, o Papa Francisco transmitiu uma mensagem por meio de uma carta, assinada por Edgar Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado, por ocasião do 20º aniversário da publicação da Carta da Terra.
Na carta, lida por Maria Paula Fidalgo, atriz e embaixadora da Paz, o Papa Francisco saudou todos os participantes no festival, que visa contribuir com a busca por uma sociedade sustentável baseada no respeito à natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz.
No texto, o Santo Padre pediu para lembrar que, a fim de reconhecer o valor das criaturas, da natureza que nos rodeia, impondo limites à degradação a nossa casa comum, é preciso cultivar “a atitude basilar de se autotranscender, rompendo com a consciência isolada e a autorreferencialidade”, pois esta “é a raiz que possibilita todo o cuidado dos outros e do meio ambiente; e faz brotar a reação moral de ter em conta o impacto que possa provocar cada ação e decisão pessoal fora de si mesmo”.
O Papa também fez votos de que o evento possa produzir muitos frutos, concretizados em ações e iniciativas que ajudem a criar a consciência de uma “cidadania ecológica”. Por fim, pediu a Deus que iluminasse a todos, depositando tais votos aos pés de Nossa senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Representando a Igreja no Brasil participaram do evento o João Paulo Angeli, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) do regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e coordenador da Comissão Nacional de Juventude, e o dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, que refletiu sobre a Carta da Terra e a enciclia Laudato Si’.