João Paulo II nasceu em Wadowice, na Polônia, em 18 de maio de 1920. Era o caçula dos três filhos de KarolWojtyla, um suboficial do exército, e Emília Kaczorowska. Sua irmã, Olga, morreu antes de seu nascimento. Sua mãe faleceu quando ele tinha 9 anos. Depois faleceu seu irmão Edmund, médico, quando Karol tinha 12 anos. E, aos 21 anos de idade, com o falecimento de seu pai, ele ficou sozinho no mundo.
Vida de João Paulo II
Karol foi batizado em 25 de junho de 1920, com menos de um mês de vida. Aos 9 anos fez a Primeira Comunhão e, aos 18, recebeu o sacramento do Crisma. Em 1938, com 18 anos, se matriculou numa escola de teatro, universidade Jagellonica. Quando as forças de ocupação nazistas fecharam a universidade em 1939, o jovem Karol foi trabalhar numa indústria química (Solvay) para se sustentar e para não ser deportado para a Alemanha.
Vocação sacerdotal
A partir de 1942, sentindo a vocação para o sacerdócio, começou a estudar no seminário clandestino na cidade de Cracóvia, dirigido pelo arcebispo Adam Stefan Sapieha. Após a II Guerra Mundial, continuou seus estudos no seminário maior de Cracóvia, novamente aberto, e na faculdade de teologia da universidade Jagellonica. Foi ordenado sacerdote em 1 de novembro de 1946, pelo arcebispo Sapieha.
Em seguida foi enviado a Roma, onde se tornou Doutor em teologia em 1948. Voltou a Cracóvia sendo vigário em diversas paróquias e, em 1953, passou a lecionar Teologia Moral e também Ética Social, ambos na faculdade de Teologia de Lublin.
Em 4 de julho de 1958 foi nomeado bispo titular de Olmie, também, auxiliar de Cracóvia. Assim, recebeu a consagração episcopal no dia 28 de setembro de 1958. E no dia 13 de janeiro de 1964 foi nomeado arcebispo de Cracóvia pelo Papa Paulo VI, que o fez Cardeal em 26 de junho de 1967.
O Cardeal Wojtyla participou ativamente do Concílio Vaticano II, que aconteceu nos anos 1962-1965. Ele teve importante atuação no desenvolvimento de um dos principais documentos do Concílio chamado Constituição GaudiumetSpes. Além disso, ele tomou parte em cinco Sínodos Episcopais antes de serpapa.
Pontificado de João Paulo II
KarolWojtyla foi eleito papa no dia 16 de outubro, no ano 1978. Ele tinha 58 anos. Ele escolheu como nome papal João Paulo II. Ele foi o 263º sucessor de São Pedro. Seu pontificado foi o terceiro mais longo da história, durando quase 27 anos. João Paulo II exerceu sua missão de maneira incansável e um grande espírito evangelizador. Realizou 104 viagens apostólicas fora da Itália e 146 no interior do país. Visitou 317 das 333 paróquias romanas.
Mais do que todos os seus predecessores, ele se encontrou com o povo de Deus e com centenas de líderes nacionais. Mais de 17 milhões de peregrinos participaram de 1166 Audiências Gerais celebradas na quarta-feira. Foram 38 visitas oficiais a chefes de governo, 738 audiências ou encontros chefes de estados e 246 encontros com Primeiros Ministros.
Ele deu início às Jornadas Mundiais da Juventude em 1985, e os encontros mundiais das famílias em 1994.
João Paulo II fez questão de promover o diálogo entre representantes de outras religiões e judeus. Ele convocou encontros de oração pela paz, realizados especialmente na cidade de Assis.
Sob seu pontificado, a Igreja entrou no terceiro milênio com a celebração do Grande jubileu do Ano 2000.
João Paulo II realizou numerosas cerimônias de beatificação e canonização para mostrar exemplos de santidade nos dias de hoje. Ele celebrou 147 cerimônias de beatificação em que proclamou 1338 beatos, e 51 canonizações, com 482 novos santos. Ele escreveu como papa,15 exortações apostólicas, 14 encíclicas e ainda 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas. Além disso, escreveu 5 livros. Promulgou o Catecismo da Igreja Católica, promoveu a reforma do Código de Direito Canônico, a reforma no Código das Igrejas Orientais e a grande reorganização da Cúria Romana.
Totus Tuus: A Consagração de João Paulo II à Santíssima Virgem
Falar da consagração, ou escravidão de amor, a Jesus por Maria, espiritualidade mariana do Papa São João Paulo II, torna-se ainda mais significativo neste dia em que celebramos sua memória. Esta foi a devoção a Virgem Maria que elevou o polonês Karol Wojtyla à tão alto grau de santidade que os fiéis o queriam proclamar santo logo depois da sua morte, dizendo: “santo súbito”.
Karol Wojtyła nasceu no dia 18 de Maio de 1920, em Wadowice, na Polônia. Em Outubro de 1942, entrou no seminário de Cracóvia clandestinamente, por causa da invasão comunista em seu país, e a 1º de Novembro de 1946, foi ordenado sacerdote. Em 4 de Julho de 1958, o Papa Pio XII nomeou-o Bispo auxiliar de Cracóvia. Tendo em vista sua espiritualidade marcadamente mariana, Karol escolheu como lema episcopal a conhecida expressão Totus tuus, de São Luís Maria Grignion de Montfort, grande apóstolo da Virgem Maria. A ordenação episcopal de Wojtyla foi em 28 de Setembro do mesmo ano. No dia 13 de Janeiro de 1964, foi eleito Arcebispo de Cracóvia. Em 26 de Junho de 1967, foi criado Cardeal por Paulo VI. Na tarde de 16 de Outubro de 1978, depois de oito escrutínios, foi eleito Papa.
O livro que marcou a espiritualidade do Papa João Paulo II
A espiritualidade mariana do grande São João Paulo II o levou a uma vida inteiramente dedicada a Deus, principalmente os seus mais de 25 anos de pontificado, um dos mais longos da história da Igreja. Olhando para a vida de João Paulo II, este santo dos nossos dias, podemos aprender a espiritualidade que o fez de um dos Papas mais extraordinários de todos os tempos e que o elevou rapidamente à glória dos altares.
Ainda seminarista, um livro clássico de espiritualidade mariana o ajudou a tirar as dúvidas que tinha em relação a devoção a Nossa Senhora e a centralidade de Jesus Cristo na vida e na espiritualidade católica.
A obra que marcou profundamente a vida e consequentemente a espiritualidade de Karol Wojtyla foi o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, de São Luís Maria Grignion de Montfort. Falando às Famílias Monfortinas, o Papa João Paulo II disse que o Tratado é um “texto clássico da espiritualidade mariana”1, que teve singular importância em seu pensamento e em sua vida. Segundo o Santo Padre, o Tratado é uma “obra de eficiência extraordinária para a difusão da ‘verdadeira devoção’ à Virgem Santíssima”2. São João Paulo II experimentou e testemunhou essa eficácia do Tratado em sua própria vida:
Eu próprio, nos anos da minha juventude, tirei grandes benefícios da leitura deste livro, no qual “encontrei a resposta às minhas perplexidades” devidas ao receio que o culto a Maria, “dilatando-se excessivamente, acabasse por comprometer a supremacia do culto devido a Cristo”3. Sob a orientação sábia de São Luís Maria compreendi que, quando se vive o mistério de Maria em Cristo, esse risco não subsiste. O pensamento mariológico do Santo, de fato, “está radicado no Mistério trinitário e na verdade da Encarnação do Verbo de Deus”.
A mais perfeita das devoções a Virgem Maria
São Luís Maria ensina que a perfeição cristã consiste em sermos conformes, unidos e consagrados a Jesus Cristo. Por isso, a mais perfeita de todas as devoções é, sem dúvida, a que mais nos conforma, une e consagra perfeitamente ao Senhor. Como foi Nossa Senhora a criatura que mais conformou-se ao seu divino Filho, “entre todas as devoções, a que consagra e conforma mais uma alma a nosso Senhor é a devoção a Maria, sua Mãe santa, e que quanto mais uma alma estiver consagrada a Maria, tanto mais estará consagrada a Jesus Cristo”5.
Dirigindo-se em oração a Jesus Cristo, o grande Montfort exprime como é maravilhosa esta união entre o Filho de Deus e a sua Mãe santíssima:
Ela é de tal forma transformada em Ti pela graça, que não vive mais, não existe mais: és unicamente Tu, meu Jesus, que vives e reinas nela… Ah! se conhecêssemos a glória e o amor que tu recebes nesta maravilhosa criatura… Ela está tão intimamente unida… De fato, ela ama-Te mais ardentemente e glorifica-Te mais perfeitamente do que todas as outras criaturas juntas”6.
Em Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, somos realmente filhos do Pai e, ao mesmo tempo, filhos da Santíssima Virgem. Com a Encarnação do Verbo eterno de Deus, de certa forma, toda a humanidade renasce. Por isso, podemos aplicar a Mãe de Jesus, de maneira mais verdadeira que São Paulo as aplica a si mesmo, estas palavras: “Meus filhos, por quem sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme entre vós” (Gl 4, 19). Dessa forma, Nossa Senhora dá à luz a nós todos os dias, enquanto Jesus Cristo não estiver formado em nós, na plenitude da sua idade7. Esta doutrina paulina encontra a sua expressão mais bela na oração do senhor Grignion: “Oh! Espírito Santo, concede-me uma grande devoção e uma grande inclinação para Maria, um apoio sólido sobre o seu seio materno e um recurso assíduo à sua misericórdia, para que, nela, tu possas formar Jesus dentro de mim”8.
Assista ou ouça palestra do Padre Paulo Ricardo sobre “O Papa de Maria”
Assista ou ouça palestra do Padre Paulo Ricardo sobre “O Papa de Maria”:
Falecimento
O Papa João Paulo II faleceu no dia 2 de abril de 2005, aos 85 anos de idade e quase 27 de pontificado. Mais de três milhões de peregrinos lhe renderam homenagens. Em 28 de abril, apenas 26 dias após sua morte, o Papa Bento XVI abriu o processo de beatificação de seu antecessor. Bento XVI dispensou os cinco anos costumeiramente esperados depois da morte do pretendente.
Devoção a João Paulo II
O milagre que levou a Igreja a reconhecer João Paulo II como beato, foi a cura de uma freira francesa. Ela sofria de mal de Parkinson, doença incurável. Sua superiora sugeriu que ela pedisse a intercessão do papa João Paulo II que tanto sofreu com a mesma doença. A freira obedeceu, pediu a intercessão de João Paulo e foi curada milagrosamente. Por isso, numa santa missa para a qual acorreram mais de um milhão de fiéis no Vaticano, o Papa Bento XVI anunciou ao mundo que o João Paulo II pode ser venerado como Beato da Igreja Católica. A beatificação aconteceu num belo domingo: 1 de maio de 2011.
Oração pedindo a intercessão de João Paulo II
Ó Trindade Santa, nós vos agradecemos por ter dado à Igreja o papa João Paulo II e por ter feito resplandecer nele a ternura da vossa Paternidade, a glória da cruz de Cristo e o esplendor do Espírito de amor. Confiado totalmente na vossa infinita misericórdia e na materna intercessão de Maria, ele foi para nós uma imagem viva de Jesus Bom Pastor, indicando-nos a santidade como a mais alta medida da vida cristã ordinária, caminho para alcançar a comunhão eterna convosco.
Segundo a vossa vontade, concedei-nos, por sua intercessão, a graça que imploramos, na esperança de que ele seja logo inscrito no número dos vossos santos. Amém.